sábado, 27 de abril de 2013


20. COMO SER UM PAI BEM SUCEDIDO


OS PAIS TAMBÉM SÃO GENTE!
Quando ouvimos pregadores, psicólogos, filósofos e políticos falando acerca do desmoronamento da família e do fracasso dos pais, geralmente nos sentimos inseguros.
Até mesmo os melhores pais sabem que não são perfeitos. Uma grande autoridade em problemas de relacionamento familiar afirmou: “Não existem pais perfeitos. Quem tentar sê-lo, estará procurando um esgotamento nervoso para si e para seus filhos. Deus não fez as crianças assim tão frágeis que o menor erro paterno possa despedaçá-las. Na realidade, uma criança normal pode absorver os erros de um pai normal, sem que isso traga conseqüências permanentes”.
Precisamos lembrar que apenas Deus é perfeito, isso tira um enorme peso de nossos ombros. Ele pede somente que façamos o melhor que está ao nosso alcance, e proporcionemos a nossos filhos um ambiente em que possam crescer em paz com Deus e com os homens.
Ao discutirmos a criação dos filhos torna-se necessário traçar um perfil que nos identifique as características essenciais que tornam um pai fiel e bem sucedido, do ponto de vista de Deus.
“Ensina a criança no caminho em que deve andar e ainda quando for velha não se desviará dele”. (Pv. 22:6)

1. ERAM TRÊS OS PRINCIPAIS OBJETIVOS EDUCACIONAIS QUE UM PAI JUDEU TINHA EM MENTE PARA A FORMAÇÃO DE SEU FILHO:
       a) Capacitar a criança a relacionar-se corretamente com Deus, colocando-o como prioridade número “um” em sua vida (conhecer a vontade de Deus, conforme as Escrituras).
      * É possível que entendamos mal o que diz Provérbios 22.6, por desconhecermos o         significado do termo ensina nesta passagem. No nosso contexto ocidental, em nossos dias, o  verbo ensinar pode conter a idéia de disciplina; ter o sentido de um professor dizendo ao aluno o que ele deve fazer. Podemos formar a imagem de um pai exigente  insistindo com o filho que faça tudo certinho. Entretanto no original hebraico, não é esse o significado da palavra ensina. Na linguagem antiga do mundo oriental, esse vocábulo que aqui é traduzido como ensina, descrevia a ação da parteira molhar o dedo no azeite e friccionar o palato do recém-nascido, provocando nele o desejo de sugar. Portanto o verdadeiro sentido desse verbo é: “Cultive um gosto pelas coisas de Deus no coração da criança, e mesmo quando já for velha, nenhuma outra coisa satisfará seus anseios”.
       b) Capacitar  a  criança  a  relacionar-se  corretamente  com  os  outros, do ponto de vista de Deus (é a expressão do relacionamento correto com Deus).
      c) Capacitar  a  criança  a  relacionar-se  corretamente com  as  diferentes circunstâncias da vida (é muito mais do que ensinar a comer, falar, etc.).
      * Somos extremamente protetores em relação à vida, contudo aos três ou quatro anos,  colocamos nossos filhos na escola sem levarmos em conta seu despreparo para a vida.
      * Estes três objetivos ou alvos deveriam ser alcançados até aos vinte anos de idade, sendo o restante da vida dedicado à aquisição da sabedoria (Pv.1:7; 9:10).
Um estudioso do comportamento infantil sugere que, a cada fase de desenvolvimento, a criança pode adquirir determinados conceitos. Deste modo o ensino, preparará a criança para atingir o nível máximo de segurança e maturidade. Quando conhecemos e identificamos estes estágios de desenvolvimento podemos dar noções acerca de Deus a nossos filhos, durante cada uma destas fases.
Do nascimento a dois anos: Nesse   período  a  criança  forma  um  senso básico de confiança. É importante que seja carregado no colo carinhosamente, nessa fase a criança deve ter o máximo de conforto e o mínimo de temor. O bebê já consegue sentir desde o nascimento que pode confiar no pai e na mãe. Portanto, nesse período são lançadas as bases do aprendizado. A maioria dos psicólogos crê que esta é a fase mais importante da vida infantil. Se nesse período a criança não forma o habito de confiar nos outros, provavelmente toda a sua vida será marcada por cinismo e frustração.
Três anos: Nesta idade a criança adquire certo senso de autonomia, e ao mesmo tempo combate o de dúvida e vergonha. Ela começa a romper a total dependência que tinha para com a mãe e o pai. Nessa fase também, a criança aprende mais pelas atitudes dos outros, que pelo ensino direto.
De quatro a cinco anos: Nesse período a criança forma o senso de iniciativa e supera o de culpa.  Começa a invadir o espaço dos outros, a fazer amigos fora de seu círculo familiar e inicia o aprendizado que irá fazer durante toda a vida: “o da sobrevivência em um mundo cheio de gente”. Essa é a fase áurea do aprendizado, pois em nenhum outro período ela se acha mais pré-disposta a aprender e a relacionar-se com outros em atividades de grupo. Gradativamente, sua consciência vai percebendo o papel dos pais. Começa também a receber mais responsabilidades na família e no mundo. É uma excelente ocasião para se inculcar nela noções de responsabilidade e iniciativa.
De seis a onze anos: Nessa  fase,  a criança adquire o senso de aplicação ao trabalho, e luta contra o sentimento de inferioridade. É cada vez mais levada a integrar-se no mundo dos adultos e assumir maiores responsabilidades. Para que uma pessoa seja um bom pai ou uma boa mãe, precisa aprender a trabalhar. Portanto a infância é a fase de treinamento para o futuro. Esse é o período áureo para o desenvolvimento de certas atividades e habilidades. Nessa idade a criança começa também a comparar os pais com outros adultos, isso é bom, pois desse modo ela adquire uma visão mais ampla do mundo.
Dos doze aos quatorze anos: Nesse período  forma-se  a  noção  de  identidade própria e há necessidade de adquirir-se o senso de  fidelidade. Durante essa fase ocorre rapidamente importantes mudanças psicológicas, e o jovem passa a ocupar-se mais com seu corpo e com sua aparência. Nessa idade o jovem está sempre procurando alguém em que possa confiar e a quem possa dedicar afeição.
De quinze a dezoito anos: Desenvolve o senso de intimidade própria e evita a solidão. O jovem procura aprender a amar e a trabalhar. São anos em que se prepara para exercer sua função na vida. Se ele não adquiriu a consciência de identidade própria e não encontrou a razão de viver, este período será povoado de frustrações. Esses são também anos dos grandes impulsos físicos.
De dezoito anos à idade adulta: O ideal é que o indivíduo passe de egocêntrico, da fase infantil a participante ativo na sociedade em que vive. Possivelmente, já encontrou seu objetivo de vida, e geralmente nesta fase encontra seu cônjuge.
* Os três objetivos quando alcançados, observando-se as fases de desenvolvimento da criança são:
*              Uma motivação correta da vida.
*              Uma motivação correta sobre a vida.
*              Identidade, dignidade, afirmação e segurança.
* Do ponto de vista judaico, não havia, naturalmente, sabedoria à parte de Deus e o sinônimo de ignorância (estultícia), era viver a vida longe de Deus.  
 2. QUAIS SÃO OS ALVOS FUNDAMENTAIS NA CRIAÇÃO DOS FILHO                SEGUNDO O NOVO TESTAMENTO ?
            a) As referências no Novo Testamento à educação de filhos são reduzidas.
1. Embora limitadas, as referências dos evangelhos às crianças são de absoluta importância. Jesus nunca esteve demasiadamente ocupado ao ponto de deixar de receber uma criança. Mesmo durante sua última jornada à Jerusalém, onde iria encontrar sofrimento e morte, foi incisivo com os discípulos, quando estes tentaram compreensivamente, impedir que as crianças o perturbassem (Mc.10:13,14).
             2. Jesus ensinou que Deus nunca está tão ocupado com grandes coisas ao ponto de não receber uma criança. De fato Ele advertiu que deveríamos ser extremamente cuidadosos para não ofender uma criança (Mt.18:6).
“...pois vos digo que os seus anjos (os que protegem as crianças), nos céus sempre vêem a face de meu pai, que está nos céus”.  (Mt.18:10)
* seus anjos: os anjos tem um ministério especial de cuidar daqueles que não podem cuidar de si mesmo (Hb.1:14).
Isso significa que Jesus ensinou que a qualquer momento Deus está disposto a dar total atenção ao cuidado de uma criança.
3. É também ensinamento do Senhor que o dever de um cristão em relação a uma criança é o de recebê-la como se estivesse recebendo o próprio Senhor Jesus.
“Qualquer que recebe esta criança em meu nome, a mim me recebe”.
Mc.9:36-37; Lc.17:2
4. A responsabilidade de um adulto cristão para com uma criança é terrível, pois o destino de alguém que serve de tropeço para uma criança parece ser pior do que o reservado a qualquer outro pecado.
“...melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e se submergisse nas profundezas do mar”. (Mt.18:6-14)
5. Com efeito, a criança se constitui no próprio padrão daqueles que desejam ser cidadãos dos céus.
“...se não vos fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no reino    dos céus”. (Mt.18:3)
6. A partir de uma base  bíblica tão sólida, concluímos que o Novo Testamento tem muito mais a dizer sobre a educação dos filhos. Na verdade, este assunto no novo testamento, esgota nas seguintes passagens:
a) os filhos devem obediência  aos pais: Ef 6:1 e Cl 3:20
b) os que governam a igreja, devem governar primeiro os seus próprios lares: 1 Tm 3:4-12 e Tt 1:6
c) Os filhos dos crentes fazem parte da comunhão dos santos, pois a promessa é para os crentes e para os deus filhos: At 2:39 e I Co 7:14
d) Os pais têm responsabilidade de prover as necessidades básicas dos filhos, pois os filhos não devem acumular tesouros para os pais e sim os pais para os filhos: 2 Co 12:14
e) Os pais (os homens), não devem provocar seus filhos à ira, isto é, deixá-los exasperados a ponto de desanimá-los, ao contrário, devem treiná-los na disciplina e admoestação do Senhor. Ef 6:4 e Cl 3:21
Assim termina as referências diretas do Novo Testamento às crianças ou filhos. O Novo Testamento não estabelece um currículo de qualquer espécie para o treinamento dos filhos. O Novo Testamento não menciona coisa alguma sobre educação religiosa ou a própria escola... porque o Novo Testamento tem como certo que o único treinamento que realmente importa é o ministrado dentro do lar, não havendo quem substitua os pais neste processo!
7. Assim, a responsabilidade da tarefa de “treinar” e “educar”os filhos recai claramente sobre os pais; não é responsabilidade da igreja ou da escola. Falhar nesta tarefa é atrair tristeza para si mesmo.   
“O filho  sábio  alegra  o  seu pai, mas o filho insensato é a tristeza de sua mãe.” (Pv. 10:1)

“O filho insensato é a tristeza para o pai e amargura para quem o deu à luz.”. (Pv. 17:25)
8. A tarefa integral da educação é colocada claramente sobre o pai, como cabeça do lar. A educação de seus filhos é, portanto, imperativo para o pai cristão e ele prestará contas disto.
“... pais  (os homens)  não  provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor.”  (Ef.6:4)
OBS: A ausência de uma lista grande de princípios sobre a criação de filhos no Novo Testamento, simplesmente valida a veracidade e continuidade dos princípios já dados no Velho Testamento. Ver: Dt 6.5-7; Pv 3.12, 4.1, 2, 5-7, 10, 11, 14, 15, 18-25; 13.25; 22.15; 23.13; 29.15, 17, etc.
         Portanto fica claro que as escrituras colocam sobre os pais a responsabilidade de treinar os filhos e dar-lhes um sólido alicerce para a aquisição da sabedoria.
Surge, porém, uma indagação: Como, de que maneira ou com que atitude, deveriam pai e mãe ensinar os filhos desenvolvendo ao máximo seu potencial para se tornarem sábios do ponto de vista de Deus?
O QUE SE DEVERIA FAZER:
1. Eliminar todos os pensamentos ou atitudes que refletem nos filhos sentimento de amargura ou vingança.
2. Corrigir e disciplinar toda a ação errada cometida intencionalmente.
3. Fale sempre de modo firme e suave à criança, e apenas quando isto não funcionar, e examinados os motivos desta ineficiência, recorra a correção física, tomando o cuidado de ministrá-la sempre de modo proporcional a ofensa cometida.
         * “A criança é um feixe de energia e emoções desordenadas. É tarefa dos pais conduzi-la ao autocontrole, para que essas energia e emoções não tenham um efeito destrutivo. -Disciplinar é simplesmente ensinar a criança controlar-se”.
* “Devemos compreender que existe uma grande diferença entre castigar e disciplinar. Castigar é vingar-se. Disciplinar é infligir a uma pessoa uma dor menor do que a que sofreria se consumasse sua ação”.
 A) TODA CRIANÇA DEVE SER DISCIPLINADA:
Uma  das razões para nossos filhos serem disciplinados é porque eles não são nenhum anjinho, mas sim, pecadores “pois todos pecaram”(Rm 3:23) e isto já vem do nascimento, “eu nasci na iniquidade e em pecado me concebeu minha mãe”(Sl 51:5) e ainda “A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a afastará dela (Pv 22:15). Não tenha medo de utilizar a vara - “A vara e a disciplina dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma vem a envergonhar a sua mãe”(Pv 29:15) “Corrige o teu filho, e te dará descanso, dará delícias à tua alma.”(Pv 29:17)

B) TODA DISCIPLINA DEVE SER APLICADA COM AMOR:
Há pais e mães sinceros que desejam corrigir seus filhos, mas pecam na maneira de fazê-lo. São cruéis para com eles. “Deixe que seu filho saiba o porque de estar apanhando”. Use a vara, para doer, depois tome a criança nos braços e deixe que ela saiba que você realmente a ama. “O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo disciplina.”(Pv 13:24)
            4. Tratar a criança como um ser humano, alguém que está passando pelo difícil processo de amadurecimento na vida; concedendo-lhe um valor cada vez maior que possa levá-la a discernir a necessidade de aprender para tornar-se sábia do ponto de vista de Deus e agir de maneira responsável.
            5. Mostrar por suas próprias atitudes e ações a repulsa pelo pecado e não simplesmente tentar convencer a criança a não pecar, ameaçando-a com as conseqüências que possam vir aqui ou na eternidade.
O QUE NÃO SE DEVE FAZER:
1. Nunca ter e/ou demonstrar preferência em relação a qualquer dos filhos.
2. Nunca faça concessão quanto à sua dignidade pessoal ou a de seu filho.
3. Nunca perder a paciência. Se a criança não entender sua instrução, repita e explique pacientemente até poder estar seguro do seu entendimento.
* É de suma importância que as crianças saibam quais são os seus limites. Isso cria segurança na criança. Uma das razões para tentos filhos se mostrarem inseguros, é o fato de não saberem quais são os parâmetros adotados em sua formação. Portanto, os pais devem comunicar sua vontade com clareza. O processo de treinamento começa com um certo legalismo. Deus tratou os filhos de Israel na base da lei. O filho pequeno precisa entender que se ele violar uma regra, a disciplina é certa.
* Precisamos ensinar nossos filhos a viverem por suas convicções e não somente pelas regras. A convicção vem como resultado da compreensão do “porque da regra”. Por isso filhos adolescentes precisam de uma explicação das razões das normas adotadas e não pura e simplesmente que eles devem cumprir as normas que estabelecemos para eles. A comunicação é difícil, leva tempo e exige esforço por parte dos pais, mas se o pai aplicar a disciplina sem uma boa comunicação, produzirá raiva e ira na vida do filho.
4. Nunca fazer uma promessa e não cumprí-la, para que a mente da criança não se habitue com a fraude e a quebra de palavra.
5. Não faça ameaças que não serão cumpridas, tais como: “eu te arranco as orelhas” [a propósito, dar beliscões não é a maneira correta de disciplinar].
6. Nunca faça comparações com seu filhos, tais como “no meu tempo...”.
7. Não discipline quando estiver com raiva.
* Creio que um dos pecados mais freqüentes, cometidos por nós pais, é quando disciplinamos nossos filhos em momentos de ira. Por exemplo: a esposa está discutindo com o marido e nessa hora a filho faz alguma coisa que a irrita, ela então, descarrega toda a sua zanga na criança.
A Palavra de Deus em Hebreus 12:10-11, diz que a disciplina sem amor não produz fruto pacífico, fruto de justiça, nem nos faz participantes da santidade de Deus, que é o alvo da disciplina.
8. Nunca desanimar um filho, mas exortá-lo no verdadeiro sentido [encorajá-lo].
* Uma das maneiras mais comuns de provocar nossos filhos é não ouví-los. A comunicação é uma via de mão dupla. Não basta somente dar ordens, fazer exigências e advertências aos filhos, mas é também necessários sermos sensíveis às necessidades deles.
Salomão nos diz: “A morte e a vida estão no poder da língua”. Muitos filhos estão desanimados e chegam a desistir de viver por receberem tantas palavras de morte (críticas) e nenhuma de vida (encorajamento). As crianças anseiam e necessitam grandemente da afirmação dos pais através do encorajamento e da atenção deles.
* Nenhum dia na vida da criança deve passar, sem que ela receba um incentivo dos pais. O filho esquece a advertência, mas nunca esquece a aprovação, o elogio e o estímulo. Toda conquista séria precisa ser valorizada e não  “premiada”.
Aprenda a lidar com o fracasso ou derrota de seu filho com sabedoria e ternura, para transformar estas circunstâncias em experiências que geram vitória e lições de vida, não de morte.

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